Câncer de Pele: Não Melanoma

1. Carcinomas Basocelulares

Carcinoma basocelular (cbc) abrange aproximadamente 80% dos casos de câncer de pele não melanomas, atingindo em torno de 2 milhões de casos por ano no mundo.

É uma doença predominante em caucasianos, com risco de desenvolvimento durante a vida de aproximadamente 30%.

  • Se desenvolve lentamente;
  • Dificilmente se espalha para outras áreas do corpo. Invasão local;
  • Em uma pequena proporção de pacientes, CBC pode evoluir para doença avançada, se manejado de modo inapropriado;
  • Aproximadamente 35 a 50% das pessoas que tiveram esse tipo de câncer de pele vão ter outro em 5 anos;
  • É comum no rosto e pescoço (80% na região da cabeça e pescoço, 15% na região tronco, 5% em outras regiões);
  • Qualquer indivíduo com histórico de exposição solar pode desenvolver um CBC;
  • O maior fator de risco para desenvolvimento de um CBC é a exposição à radiação UV (ultravioleta);
  • CBCs em estágios iniciais são facilmente tratados com cirurgia e apresentam índices de cura próximos a 100%;
  • CBC metastático é uma forma bastante rara de CBC, porém potencialmente fatal (0,0028-0,55% dos casos). Apresenta péssimo prognóstico.


2. Carcinomas Epidermóides

  • 20% dos casos. Podem surgir de feridas antigas ou cicatrizes crônicas da pele e possui maior risco de invasão que o Basocelular;
  • É mais predominante em pacientes na sexta e sétima décadas de vida;
  • A sua evolução é mais agressiva e pode atingir outros órgãos se não tratado adequadamente;
  • Mais comum em pacientes que tem antecedentes familiares de câncer de pele ;
  • Comum na boca e também pode ocorrer em áreas de mucosa e genitais;
  • Doença de Bowen é uma forma de Carcinoma Epidermóide (espinocelular) in situ (restrita a epiderme) ou seja um carcinoma espinocelular inicial. Se caracteriza por uma placa avermelhada e descamativa de crescimento lento.


3. Outros Tipos de Câncer de Pele não Melanoma

Representam apenas 1% do total.

3.1. Dermatofibrossarcoma Protuberans

Raro sarcoma de pele classificado como baixo grau.

  • Metástases são raras (em torno de 5% dos casos);
  • Tumor localmente agressivo com recorrência que pode atingir a 60% dos casos;
  • Mais comum entre adultos de 20 a 50 anos de idade. A localização mais comum é no tronco (57% dos casos) seguido dos membros inferiores (20% dos casos);
  • Se apresentam como lesões com espessamento cutâneo com áreas nodulares frequentemente confundidas com queloides;
  • O tratamento deve ser cirúrgico com excisão ampla usando margens de segurança de 3 cm.

3.2. Carcinoma de Merkel

  • Neoplasia rara e agressiva;
  • Se origina das células mecanorreceptoras, localizadas na camada basal da epiderme;
  • Muito mais frequente em indivíduos acima de 65 anos. (61% homens x 39% mulheres);
  • O padrão ouro é o tratamento cirúrgico;
  • A radioterapia adjuvante é uma boa opção. Estadiamento é realizado pelo linfonodo sentinela e PET CT.


Tratamento Cirúrgico para os Carcinomas Basocelulares e Epidermóides

A escolha por tratamentos não cirúrgicos deve ser feita quando o paciente não tiver condições médicas de se submeter ao procedimento cirúrgico, geralmente devido a outras doenças crônicas.

Na cirurgia é necessário remover o tumor com margens livres, ou seja, uma margem de segurança de pele sadia. Geralmente o procedimento é realizado a nível ambulatorial. Pode ser feito inclusive com anestesia local na maioria das vezes. A preocupação inicial é com a retirada completa do tumor para evitar recidivas. Após podem ser necessários enxertos ou retalhos de acordo com a localização do tumor.


Cirurgia Micrográfica

Segundo critérios preconizados pela National Comprehensive Câncer Network (NCCN) de modo geral recomenda-se a cirurgia micrográfica para a maioria dos casos de carcinoma de alto risco de recidiva e para aqueles localizados em áreas nobres em que a preservação tecidual é fundamental.

Por permitir melhor controle histológico das margens cirúrgicas no intra operatório, taxas de curas mais altas e possibilidade de economizar tecido sadio justatumoral, a Cirurgia Micrográfica é considerada o tratamento padrão ouro no tratamento do carcinoma. 

Existem diversas técnicas micrográficas de controle de margens. A mais conhecida delas se chama Mohs. Existem também a Técnica de Tübingen, Munique, Slow Mohs… 

As técnicas micrográficas de controle de margens abrangem métodos cirúrgicos que tem como objetivo principal garantir a remoção completa do tecido tumoral com controle minucioso no intra-operatório. 

Principais Fatores de Risco para Câncer de Pele:

  • Pele e olhos claros;
  • Idade acima de 50 anos;
  • História familiar;
  • Exposição solar intensa (principalmente na infância e adolescência);
  • Doenças crônicas que reduzem a imunidade;
  • Profissões com exposição intensa ao sol, sem uso devido de equipamentos de proteção individual.